Entre as Sombras e a Luz: Reflexões de um Novo Autor

Em meio à efervescência de uma Porto Alegre dos anos 90, repleta de filosofia, arte e mistérios, meu primeiro livro, A Serpente de Bronze, nasce como um convite para uma viagem profunda no interior da alma humana. A trama se desenrola a partir da história de um jovem filósofo que, ao se mudar para uma pensão decadente, se vê imerso em dilemas existenciais que desafiam suas convicções mais íntimas. Em um cenário onde o cotidiano e o extraordinário se entrelaçam, o protagonista se depara com personagens enigmáticos e segredos que o forçam a questionar o que é real e o que é ilusório.

O que talvez muitos não saibam é que essa obra não é apenas o reflexo de uma narrativa ficcional, mas também a expressão de um processo de autoconhecimento que atravessa minha própria trajetória. Após uma carreira bem-sucedida em Tecnologia da Informação e Gestão Empresarial, onde tive a oportunidade de liderar importantes projetos, decidi seguir um caminho inesperado, mas profundamente transformador: a Licenciatura em Filosofia. Essa escolha não foi apenas intelectual, mas uma busca constante pela compreensão da realidade e do ser.

A Serpente de Bronze é, portanto, o ponto culminante de uma jornada que não se limita às palavras escritas nas páginas do livro, mas se estende a cada reflexão, a cada encontro de saberes, a cada conflito filosófico que experimentei ao longo da vida. O protagonista da história não é apenas uma invenção; ele é uma extensão das minhas próprias perguntas e inquietações sobre o propósito da vida, a dualidade do bem e do mal, e o poder transformador do autoconhecimento.

Mas essa não é uma jornada solitária. Na luta entre as sombras e a luz, um grupo improvável se revela essencial: homens e mulheres de fé que, movidos por sua crença no bem, desempenham um papel decisivo contra forças que ameaçam tudo ao seu redor. Uma igreja evangélica e um grupo de oração formado por pastores erguem-se, ao lado de outras forças, como pilares de resistência, mostrando que a fé não é apenas um refúgio, mas uma força viva e atuante contra o mal. Sua presença confere à história uma dimensão espiritual poderosa, lembrando-nos de que a batalha entre luz e trevas vai além do campo filosófico e toca o cerne da experiência humana.

Como qualquer livro que mistura filosofia, espiritualidade e fantasia, A Serpente de Bronze não tem a pretensão de dar respostas fáceis. Pelo contrário, ele oferece ao leitor um convite para olhar além das aparências e refletir sobre os próprios dilemas existenciais. Questões profundas sobre a vida, a morte e o que realmente define o nosso propósito como seres humanos são discutidas ao longo de suas páginas. A cidade de Porto Alegre, por sua vez, se transforma em mais do que apenas o cenário da história; ela é um espelho da alma do protagonista, refletindo suas conquistas, falhas e o turbilhão emocional que caracteriza sua jornada.

A obra está repleta de elementos místicos, mas não se limita ao ocultismo. Ela explora a interseção entre filosofia e espiritualidade, buscando respostas para questões que afetam todos nós. E, em meio a esses questionamentos, há espaço para o inesperado: o poder da fé como um farol na escuridão. A Serpente de Bronze revela que, por mais complexa que seja nossa caminhada, há forças superiores que atuam na história, muitas vezes através daqueles que se colocam a serviço do bem.

Se você, leitor, se interessa por ficção com um toque filosófico e místico, A Serpente de Bronze pode ser uma leitura que vai além do entretenimento. Ela é uma proposta de reflexão, um convite para explorar a dualidade da existência humana e, quem sabe, descobrir algo novo sobre sua própria jornada.