EVENTOS REVISTA GRAMADO 

Queda de avião em Gramado ganha nova frente de investigação nos Estados Unidos

O trágico acidente aéreo que vitimou 11 pessoas em Gramado passará a contar com uma nova etapa de apuração conduzida nos Estados Unidos. A decisão foi tomada após o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informar à Polícia Civil que o motor da aeronave, um Piper Cheyenne, não foi fabricado no Brasil, o que levou a empresa americana responsável pelo equipamento a se oferecer para realizar uma análise técnica.

O inquérito brasileiro, que já está praticamente concluído, aguardará o resultado dessa perícia internacional para ser finalizado. O objetivo é identificar, com o máximo de precisão, as causas que levaram à queda do avião, que matou todos os dez ocupantes e uma funcionária de pousada atingida pelo impacto.

Um relatório preliminar divulgado pelo Cenipa apontou duas hipóteses principais para o acidente. A primeira envolve a falta de percepção do piloto sobre a real posição da aeronave em relação ao solo ou a obstáculos no terreno — situação que, segundo o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea), é recorrente nesse tipo de ocorrência. A segunda possibilidade é a perda de controle em voo, caracterizada por um desvio extremo e não intencional da rota planejada, conforme definição da Agência Nacional da Aviação Civil (Anac).

No momento do acidente, o aeroporto de Canela, de onde partiu o avião, estava encoberto por forte cerração. Ainda assim, o piloto, o empresário Luiz Cláudio Galeazzi, proprietário da aeronave, optou por prosseguir com o voo. Pouco tempo depois da decolagem, o avião colidiu, provocando a tragédia.

A investigação internacional sobre o motor poderá oferecer informações adicionais e reforçar ou descartar hipóteses já levantadas. Especialistas destacam que, em casos assim, a análise detalhada de cada componente mecânico é fundamental para entender a sequência de eventos que levaram ao acidente.

Com a conclusão da perícia nos Estados Unidos, espera-se que o relatório final traga respostas definitivas para familiares, autoridades e para a comunidade aeronáutica, contribuindo também para a prevenção de futuros acidentes.

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